Sou um caboclo matuto da roça
Minha pele é bastante queimada
Tenho sangue do índio que abriu
Nesse imenso sertão as primeiras picadas
O meu rancho é de cerne de cedro
Rodeado pelos capinzais
O meu rancho é humilde e bonito
Quem for visitar não esquece jamais
O meu carro é um cavalo tubiano
Minha praça é a roça plantada
Minhas mãos têm os calos maduros
Que faz o formato do cabo da enxada
O meu rádio é o pé da paineira
Onde escuto o cantar do inhambu
Minha viola é manhosa e chorosa
Meu peito é rojão pra cantar cururu
Quem falar mal do sertanejo
Não merece a bênção do Senhor
Lá na roça eles vivem lutando
Com dignidade, coragem e amor
Pra vocês, amigos do sertão
Vai a nossa mensagem de fé
É você, amigo lavrador
Que sempre mantém nosso Brasil de pé